ATA DA QÜINQUAGÉSIMA NONA SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 09-12-2003.

 


Aos nove dias do mês de dezembro de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e vinte e quatro minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Antônio Gilberto Lehnen, nos termos do Projeto de Lei do Legislativo nº 379/03 (Processo nº 5197/03), de autoria do Vereador João Carlos Nedel. Compuseram a MESA: o Vereador Cláudio Sebenelo, presidindo os trabalhos, nos termos do parágrafo único do artigo 26 do Regimento; o Padre Roberto Paz, representante do Arcebispo da Arquidiocese de Porto Alegre; o Senhor Antonio Pires, Presidente da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas – ADCE; o Senhor Antônio Parissi, Presidente da Associação dos Juristas Católicos; o Senhor Eduardo Vianna Pinto, representante do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Senhor Antônio Gilberto Lehnen, Homenageado; a Senhora Cléris Lehnen, esposa do Homenageado; o Vereador João Carlos Nedel, na ocasião, Secretário “ad hoc”. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, em continuidade, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador João Carlos Nedel, em nome das Bancadas do PCdoB, PMDB, PPS, PSB e PTB, discorreu sobre a trajetória pessoal e profissional do Homenageado, afirmando que a mentalidade solidária e cristã do Senhor Antônio Gilberto Lehnen o torna referência de cidadania e exemplo de ser humano integrado à sua comunidade. O Vereador Beto Moesch, em nome da Bancada do PP, analisou a importância da fé na construção da personalidade do Senhor Antônio Gilberto Lehnen, destacando que o Título hoje entregue representa o reconhecimento dos porto-alegrenses ao trabalho realizado por Sua Senhoria em prol do engrandecimento da Cidade. Após, o Vereador João Carlos Nedel assumiu a presidência dos trabalhos e registrou a presença do Senhor Fernando Gay da Fonseca. A seguir, foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador Cláudio Sebenelo, em nome da Bancada do PSDB, ressaltando o trabalho realizado pelo Homenageado na área da propaganda, analisou o desenvolvimento e a influência dos meios de comunicação na sociedade atual. Ainda, procedeu à leitura do poema “O Bonde Fantasma da Madrugada”, de autoria de Sua Excelência. Em continuidade, o Vereador Cláudio Sebenelo reassumiu a presidência dos trabalhos e convidou o Vereador João Carlos Nedel e a Senhora Cléris Lehnen a procederem à entrega do Diploma e da Medalha referentes ao Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Antônio Gilberto Lehnen, concedendo a palavra  a Sua Senhoria e à Senhora Cléris Lehnen, que agradeceram o Título hoje entregue pela Casa. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores João Firmo de Oliveira, Presidente do Sindicato das Agências de Propaganda do Rio Grande do Sul, do ex-Vereador Luiz Vicente Dutra e registrou o recebimento de correspondências alusivas à presente solenidade, enviadas pelo Senhor Armênio de Oliveira dos Santos, Chefe de Gabinete da Secretaria Estadual do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais; pelo Senhor Artur Bachini; pelo Senhor Marcos Adriano dos Santos Schleintvein, Chefe de Gabinete da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento, em nome do Senhor Odacir Klein, Secretário dessa Pasta; e pelos Senhores Carla e Luiz Antônio Rech. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às vinte horas e trinta e seis minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Cláudio Sebenelo e João Carlos Nedel, nos termos do parágrafo único do artigo 27 do Regimento, e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel, como Secretário "ad hoc". Do que eu, João Carlos Nedel, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Cláudio Sebenelo): Neste momento, damos início à Sessão Solene de outorga do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao senhor jornalista Antônio Gilberto Lehnen, proposta pelo Ver. João Carlos Nedel.

Compõem a Mesa na noite de hoje, inesquecível para esta Câmara, além do homenageado o publicitário Antônio Gilberto Lehnen, a Sra. Cléris Lehnen, esposa do nosso homenageado; Padre Roberto Paz, representando o Arcebispo da Arquidiocese de Porto Alegre; Dr. Antonio Pires, Presidente da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas – ADCE; Dr. Antônio Parissi, Presidente da Associação dos Juristas Católicos; Dr. Eduardo Vianna Pinto, representante do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre, e como proponente desta homenagem, o Ver. João Carlos Nedel.

Convidamos a todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Ouve-se o Hino Nacional.)

 

Neste momento, fará uso da palavra o Sr. Ver. João Carlos Nedel, proponente desta Sessão Solene, que falará também pelas Bancadas do PTB, do PMDB, do PPS, do PSB e do PCdoB.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Exmo. Sr. Presidente, Ver. Cláudio Sebenelo; nosso querido homenageado, Antônio Gilberto Lehnen, sua esposa, Cléris Lehnen; Padre Roberto Paz, representante do Arcebispo da Arquidiocese de Porto Alegre; Sr. Antonio Pires, Presidente da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas – ADCE; Dr. Antônio Parissi, Presidente da Associação dos Juristas Católicos; Dr. Eduardo Vianna Pinto, representante do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; familiares do homenageado, filhos: Celso, Paulo e Clarice; nora Carmem e genro João Pedro Wolf; netos: Gustavo Meneghetti Lehnen, Francisco Lehnen Wolf e João Lucas Lehnen Wolf; irmãos: Egídio, Zélia e Carmem; prezados Sérgio Breier e esposa, Coordenadores-Gerais do Movimento dos Cursilhos de Cristandade; prezado Dr. Antonio D’Amico, Presidente da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas do Rio Grande do Sul; prezado Dick Sheitel, Presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade; prezado Sérgio Kaminski, Vice-Presidente da FEDERASUL, no exercício, hoje, da Presidência; Irmão Valério Menegat, Presidente da Fundação Pão dos Pobres; meu prezado Osvaldino Ruduit, representante do Círculo Operário de Porto Alegre; Padre Florindo Ciman, meu ilustre Cidadão Honorário de Porto Alegre; amigos do Gilberto Lehnen, senhoras e senhores. Ver. Beto Moesch, o que torna um homem digno de receber o Título de Cidadão Honorário de Porto Alegre? No caso de nosso homenageado de hoje é muito fácil de responder.

Muitas e muitas vezes, eu tenho manifestado aqui o meu orgulho de ser natural de São Luiz Gonzaga, cheio de certeza e de razão, é claro. Mas hoje eu vou ter de confessar a vocês todos, publicamente, que estou com inveja de Taquara, porque foi lá que o Gilberto Lehnen nasceu. Eu sei, por conhecimento pessoal, que Taquara tem justo orgulho, porque o Gilberto é natural daquela bem-aventurada cidade. Mas também sei que qualquer cidade poderia orgulhar-se de tê-lo como um dos seus ilustres filhos. E é certamente por isso que, na condição de Vereador de Porto Alegre, eu quis dar à nossa Cidade a satisfação de acolher Gilberto Lehnen, não mais apenas como alguém aqui residente e domiciliado, mas como um dos seus mais distintos membros na condição de Cidadão Honorário de Porto Alegre.

Taquara que me desculpe, mas Gilberto Lehnen agora é Cidadão Honorário de Porto Alegre, por Lei aprovada pela totalidade dos Vereadores desta Casa. E, portanto, não mais preciso invejá-lo.

Eu teria mil motivos para justificar a proposição que fiz de conceder esse título a este homem a quem tenho na condição de um dos mais queridos e respeitados amigos. Mas eu quero falar algumas coisas que nem todos sabem.

No terreno profissional, por exemplo - e isso todos reconhecem - é um dos mais talentosos, criativos e eficazes homens de comunicação de Porto Alegre. Ainda hoje, embora sua modéstia e simplicidade não permitam que se faça alarde disso. Como publicitário, diretor ou sócio de agência de propaganda, Gilberto orientou importantes empresas na Capital e no Interior, ajudando-as a crescerem e ocuparem mercados, sempre dentro dos mais rígidos princípios éticos, que jamais consentiu que fossem violados.

Como homem de família, é esposo exemplar e pai amoroso como poucos que tive a oportunidade de conhecer. É um homem que faz amigos com facilidade, e os amigos que aqui estão comprovam isso, com seu coração terno, dócil e afável. Ande por onde andar, quem dele se aproxima torna-se seu amigo para sempre.

Como católico, meu caro Guido Moesch, que nos dá a honra da presença, seu fervor e sua perseverança, em meio a tantas dificuldades que enfrentou, são dignos de exemplo.

Cito o caso, por exemplo, da ocasião em que o Gilberto fez a primeira cirurgia do coração. Ao acordar da anestesia, ainda meio tonto, quase sem poder falar, Gilberto pediu um papel à enfermeira e nele escreveu “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”. Seu primeiro pensamento foi de louvor e de agradecimento pela graça recebida!

Eu não tenho receio de afirmar que a vida do Gilberto é toda ela uma oração, Padre Florindo.

Mas eu quero falar também do Gilberto cidadão. Ele se apaixona com facilidade, meu caro Glauco, pelas causas válidas, ainda que sejam difíceis, e briga por elas até a exaustão.

No campo político, por exemplo, poucos sabem que ele foi um dos grandes apoiadores intelectuais da comissão sobre o carvão do Rio Grande do Sul, que buscava um resultado até hoje não obtido, de oferecer uma alternativa energética que poderia dar a maioridade ao País nesse campo, ainda hoje dependente das hidrelétricas.

Era digno de se ver o entusiasmo do Gilberto na campanha da Constituinte, tentando fazer com que a Assembléia Legislativa oferecesse à população informações e buscasse sua participação na Constituinte Estadual.

Provocado pelo seu amigo, aliás, amigo de muitos de nós aqui presentes, Dr. Fernando Lucchese, no sentido de fazer uma campanha preventiva das doenças do coração, Gilberto foi à luta com toda a garra, movimentando sua equipe de criação e buscando patrocínio para sua divulgação. Foi uma das campanhas mais impressionantes de que tomei conhecimento. Infelizmente, a campanha não saiu por falta de apoio financeiro. O povo e a Cidade perderam a campanha, mas o Gilberto não perdeu o entusiasmo, porque ele é um desses homens determinados e entusiastas, para os quais não existem fracassos, apenas paradas para a reflexão, motivadoras à participação em novas empreitadas, desde que sejam boas e justas.

Quase no anonimato, Gilberto Lehnen tem sido um dos mais belos exemplos de cidadão consciente que esta Cidade tem.

Sei que ele deve estar encabulado por se ver assim tão exposto, mas é isso mesmo Gilberto: agora és Cidadão de Porto Alegre. Essas histórias precisam ser contadas para que sirvam de exemplo - e como este mundo precisa de bons exemplos! -, especialmente aos jovens tão carentes de modelos adequados ao seu desenvolvimento. Que Deus, Nosso Senhor, te dê longa vida, feliz em meio a tantos que te amam, em especial tua esposa, Cléris, teus filhos, aqui presentes, teus netos, para que possas fazer brilhar a tua luz nesta Cidade que hoje está aqui demonstrando que também te ama muito. Que Deus te abençoe, amigo! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cláudio Sebenelo): Com a palavra o Ver. Beto Moesch pela Bancada do Partido Progressista.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre nesta Sessão Solene, Ver. Cláudio Sebenelo. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) São várias as autoridades, amigas e amigos. Dr. Antônio D’Amico; Kaminski; Dr. Staub; Eduardo Albersheim Dias; Padre Florindo; meu pai, Guido; são muitos amigos, Presidente Sebenelo, mas, com certeza, Ver. João Carlos Nedel, não há nenhuma “marmelada” aqui nesta Câmara, pode ter certeza, muito antes pelo contrário, nós aprovamos por unanimidade esta homenagem de Cidadão Honorário ao Gilberto com muita convicção. Os filhos, o Celso, meu especial amigo, o Paulo, a Clarice, os netos.

Realmente eu me impressionei, Gilberto - eu, que te conheço já há tanto tempo -, com um currículo extraordinário, já sabia, talvez, de 10% desse currículo e já me impressionava com a história do Gilberto. E, ao ler esse currículo, realmente, nos impressionamos, mas não nos surpreendemos. O Gilberto tem essa expressão serena, esse olhar sereno; no meio de vários problemas que nós enfrentamos no dia-a-dia, ele justamente transmite serenidade, é impressionante, isso é muito difícil nos dias de hoje. Ele nos tranqüiliza; parece que os problemas não são aqueles que se apresentam e que podem ter fácil solução. Com certeza isso é muito porque o Gilberto é um homem de fé, e quem tem fé sabe que, quando os problemas se apresentam, não que eles sejam de fácil solução, mas serão solucionados. Com certeza daí a sua expressão serena, porque é uma expressão de fé!

E o Gilberto é um exemplo de como, ao nós acreditarmos no Evangelho, ao nós acreditarmos e conhecermos a doutrina social da Igreja, e muito mais do que isso, ao praticá-la, é possível - e só por meio desses instrumentos, dessa mensagem de amor - nós realmente construirmos um mundo justo, um mundo sustentável e um mundo também para as futuras gerações.

E esse currículo invejável, ao menos aqui, começa lá na Rádio Taquara, repórter, redator, locutor. Trabalhou no Diário de Notícias, na Rádio Gaúcha, foi professor da FAMECOS, na PUC, Professor Gilberto Lehnen. Eu não sabia que também era professor, embora seja professor do nosso dia-a-dia, nos ensinando, colaborando, mas também foi, literalmente, professor da FAMECOS. Publicitário do Ano, em 1969, concedido pela Associação Rio-Grandense de Propaganda, membro da Comissão de Ética da Associação Brasileira de Agências de Propaganda e do Sindicato das Agências de Propaganda, ressalto isso, porque este é o nosso grande desafio: a ética em todas as nossas atividades. Imaginem no meio de comunicação, no qual surge como profissional e em que trabalha o Gilberto Lehnen - a ética na propaganda, na TV, nos meios de comunicação. Coordenador da campanha de divulgação da recepção de um dos momentos mais marcantes de Porto Alegre: a vinda do Papa João Paulo II à nossa Cidade, em 1980. Teve papel decisivo na divulgação daquele momento histórico da vinda do Santo Padre entre nós que, tenho certeza, quase todos tiveram o privilégio de acompanhar. Membro do Conselho Deliberativo da Associação Rio-Grandense de Imprensa, ou seja, por onde passou sempre teve uma atuação marcante, porque nós aprendemos que o verdadeiro cristão é aquele que age, sim, que se inspira no Evangelho para atuar no dia-a-dia, e essa história belíssima que eu estou apenas sintetizando mostra como o Gilberto Lehnen foi justamente o operário da fé, o operário do Evangelho por todos os lugares por que passou, sempre com esse olhar sereno, com esse olhar de fé. Coordenador de diversos encontros de reflexão para dirigentes cristãos de empresas em Porto Alegre, em Passo Fundo, em Santa Cruz, em Florianópolis, no Rio de Janeiro. Vice-Presidente da ADCE, também coordenou o encontro de reflexão para políticos cristãos. Aliás, Ver. João Carlos Nedel, temos de chamá-lo para o nosso Movimento dos Vereadores Católicos da Câmara de Vereadores; encontro de reflexão para médicos cristãos; para juristas católicos, dos quais participei de diversos. Ou seja, uma pessoa que trabalhou intensamente na sua profissão, mas sempre atuando no meio comunitário. E vejam que estou sintetizando ao máximo esse currículo extraordinário e rico.

Foi colaborador do Centro da Pastoral para a impressão do Folheto Litúrgico “O Dia do Senhor”, que todos, claro, conhecem muito bem; membro da comissão de construção da Igreja Nossa Senhora da Paz – no seu bairro, Ver. Cláudio Sebenelo – de 1963 a 1966; jornalista; publicitário; empresário; professor; o pai Gilberto Lehnen; o marido Gilberto Lehnen.

Deus disse: “Crescei, multiplicai-vos e transformai a criação”. O homem foi além, por incrível que pareça, porque, Ver. Sebenelo - Vossa Excelência que é medico -, o que pulsa dentro de Gilberto Lehnen não é o seu coração. Ou seja, o homem não transformou apenas a criação, ele conseguiu transformar a si mesmo. É o milagre da vida. Mas não é para o Roberto Paz, com certeza, milagre do homem; é o milagre da vida. É o milagre no sentido de Deus de dar a inteligência ao homem, e o homem, ao saber usar essa inteligência, usa-a para a vida que pulsa ali dentro de Gilberto Lehnen. Que história perfeita! Realmente, Ver. João Carlos Nedel, como registraste: a vida do Gilberto Lehnen, literalmente, é uma oração.

Gilberto Lehnen, não queremos apenas lhe dizer parabéns, mas muito obrigado por tudo o que fizeste e que continuarás fazendo para todos nós, teus amigos, teus familiares e principalmente à cidade de Porto Alegre que agora, justamente, te homenageia. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cláudio Sebenelo): Convidamos o Ver. João Carlos Nedel a assumir a presidência dos trabalhos, porque eu também quero-me associar e fazer um discurso pelo PSDB, saudando um convidando tão ilustre e um novo Cidadão de Porto Alegre com esse currículo fantástico.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Com alegria registramos a presença do Prof. Fernando Gay da Fonseca, nosso eterno Senador e escritor.

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra e falará em nome do seu Partido, o PSDB.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Porto Alegre tem sete ruas alfa e eu estou dando nome de Rua Alfa do Centauro, a oitava rua alfa. E o publicitário Gilberto Lehnen mora em uma rua alfa que eu queria mudar de nome. Mas os motoristas de táxis dessa rua, que são nossos amigos comuns impediram, eles disseram: "Nós não queremos que mude, porque o táxi alfa é famoso em Porto Alegre."

Eu gostaria de saudar a iniciativa do Ver. João Carlos Nedel por essa idéia brilhante de trazer até esta Casa e conferir o Título de Cidadão de Porto ao Gilberto Lehnen.

Eu vou entrar na senda do Ver. Beto Moesch, fica difícil falar por último, porque o tema foi gasto, na sua tinta toda, pelo Ver. João Carlos Nedel. Cada vez que eu ouço o Ver. Beto Moesch eu fico encantando, porque ele pinça detalhes de alguma coisa de emocional, de sentimento, e eu fico encantado, porque eu gosto muito das pessoas que falam com criatividade, e o Ver. Beto Moesch tem essa propriedade de falar com esse brilho invulgar.

Raramente o currículo de um homenageado tem essa gama de atividades, inclusive profissionais. O Cel. Pedro Américo Leal chama essas pessoas, que têm essa versatilidade, de pluriápticos, que têm múltiplas aptidões, ou seja, aptos para exercerem muitas coisas.

Hoje, nos países do primeiro mundo, é comum uma pessoa passar por três ou quatro profissões durante a vida. Outro dia o Ministro Paulo Brossard dizia assim: “Sejam políticos, mas não percam a sua profissão de origem”. Nessas escolhas profissionais - e às vezes eu me vejo um pouco pressionado pela responsabilidade profissional, saindo na corrida do hospital e vindo para a Câmara -, eu acho que nós descobrimos em cada profissão uma forma diferente de ver o mundo. Assim como cada profissão tem a sua forma, o seu linguajar, as profissões têm também uma ótica. E o Gilberto, muito cedo, descobriu a sedução da comunicação Ele teve o privilégio – não chamando ele de velho – de participar dos primórdios da propaganda. E vejam, neste poema, o nítido papel dos reclames. Chama-se “O Bonde Fantasma da Madrugada” (Lê.): “Fantasma pela hora / Lotado de gasparzinhos / Estranhos e velhos vizinhos / Seu ganho maior era a passagem / Miragens fraudavam cobradores / Catracas ou borboletas, aos pulos, / sem o bater das asas, sem colorido, / etéreos, sem antes ser larva, / de cor recitavam reclames famosos / do tipo faceiro, completamente bêbados / de Rum Creosotado / mas com a nossa convivência, / o elétrico apinhavam, / alta madrugada,/ pouco antes de dormir,/ alguns deles dentro de mim".

Estes versos, publicados no livro Porto Alegre - Vento, Rio – essa é uma propaganda safada -, mostram o quanto a propaganda e impressos dentro dos bondes faziam um papel midiático e intenso e de extremo charme.

E a propaganda fez o Gilberto viajar por mundos completamente diferentes. Vejam as carreteiras dos irmãos Andreatta, do alemão Diogo Elwanger; do José Asmuz - que foi meu Presidente, eu era vice dele no Internacional; do Aldo Costa - que começou com uma empresa de ônibus; do Haroldo Dreux - que já era diretor da Albarus -, quando a disputa por linha telefônica nas vizinhanças, na corrida, fazia a diferença. Até a Agência Nacional, por convite do nosso lendário, saudoso e muito querido Ernani Behs. E o nosso homenageado, aos 19 anos, já seguia o Governador Ildo Meneghetti e seus secretários como profissional do jornalismo, da publicidade, da divulgação, da imprensa, da comunicação.

Naquela época Porto Alegre era surrealista em sua forma de ser, e como jornalista no Diário de Notícias, tínhamos, em outro jornal um cronista, o maior, talvez, de todo o jornalismo de Porto Alegre: João Bergmann era conhecido como Jotabê. A sua coluna na Folha da Tarde era escrita em tópicos, sempre iniciando por: "ao mesmo tempo", "entrementes", "concomitante". E ele tinha, para essas palavras, mais ou menos de 10 a 12 sinônimos. E nós, nos fins de tarde, comprávamos a Folha da Tarde, ríamos e nos divertíamos com a coluna do Jotabê.

O Inter tinha um time bem ruinzinho, o Presidente era o Fagundes de Mello, o Vice de Futebol era o Nestor Ludwig, e diretor chamava-se Pinheiro Borda, e evidente que o Jotabê não resistiu ao Pinheiro Borda, e disse: "Enquanto a linha do Internacional costura, o José Pinheiro... borda." Ou quando Meneghetti anunciou o seu secretariado, ele estranhava apenas um nome, era o Secretário da Agricultura, que disse que tinha o nome extraído das listas telefônicas. Chamava-se Orlando da Cunha.

E assim, diariamente, esse nosso cronista da cidade brincava de escrever, para nossa alegria. O Jotabê, advogado, havia sido orador da turma, com um dos discursos mais hilários da história da Faculdade de Direito. Na verdade, era obeso mórbido, profundamente depressivo, e com tenra idade nos deixou, de repente, vitimado por um infarto agudo, esse mesmo coração que um dia incomodou o nosso homenageado, e que ele resolveu trocar, com tanto sucesso.

O esporte do Gilberto, parece mentira, foi o automobilismo. Muito longe dessa serenidade, a adrenalina do automobilismo contagiou, pois já era um esporte com muitos adeptos na época, mas, longe de ser um esporte popular; era caríssimo, exigia espaço que Porto Alegre não tinha. Começaram correndo na Redenção, depois foram para a Pedra Redonda, e por fim Tarumã. Começava o jornalismo automobilístico. Depois, a indústria automobilística, como símbolo maior da sociedade da pressa, que nos envolve e nos aprisiona até hoje.

Mas, na verdade, o seu fascínio maior localizou-se, na Psicossociologia, na sedução das massas por um texto inteligente: “Em matéria de pinturas, quem dá as tintas é Renner”. Havia um que eu achava maravilha: “A Atma é ótima”, “Melhoral é melhor e não faz mal”. Claro que nós sabemos hoje que essa propaganda era enganosa e o ácido acetilsalicílico pode furar o estômago do paciente. E o Calomelano, que não continha calomelano, e as pílulas de Lússen, e as do Dr. Ross, e o Phimatosan, e a “Kola Fosfatada Soel, saúde e energia a granel”, na doce ingenuidade de uma propaganda que, na falta de soluções, apresentava alternativas, muito mais como efeitos psicológicos.

Mas é exatamente a busca do convencimento no afetivo, no emocional, no que havia de mais caro nas pessoas que ocorreu o grande sucesso das propagandas. Depois, descobriu-se, nesta Porto Alegre de então, que a propaganda encaminhava-se para o inconsciente, para a entrelinha, para o subliminar. Milhares de histórias então se associaram a idéias e encharcaram de criatividade e de ilusões.

No dizer de Orestes Barbosa: “...nos meus delírios nervosos,/dos anúncios luminosos/que são a vida a mentir”.

Gilberto, lá da tua pequenina Taquara que escolheste o caminho natural para a Cidade maior, do feudo para a Capital, e aqui fizeste a tua vida, e aqui venceste.

Hoje, esse ar, esse conjunto de ruas, de avenidas - algumas muito bem traçadas urbanisticamente, e outras, espontaneamente nascidas do cuore das cidades -, esquinas, points, botecos, especialmente o teu povo, o povo de Porto Alegre, abraça-te com um afeto que só o vento sabe acariciar, com o amplexo que só as mães sabem abraçar. Esta Cidade, em forma de útero, que sabe agasalhar com o colorido que só as primaveras conseguem pintar.  E hoje, certidão passada, pega um teco-teco, sobrevoa, confere as luzes de Porto Alegre, conta como estrelas, a expressão de alegria e felicidade pela tua escolha. É este Porto e a sua gente que te acolhe com papel passado e medalha de vencedor na corrida da vida que ainda se desenha muito longa e nova ao lado dos inúmeros amores que ela te oferece, seu novo e perdidamente enamorado Cidadão de Porto Alegre, Antônio Gilberto Lehnen. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

(O Ver. Cláudio Sebenelo reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cláudio Sebenelo): Chegamos ao momento culminante da cerimônia de passar ao cerne da questão, isto é, convidar o Ver. João Carlos Nedel e a esposa do homenageado, Sra.  Cléris Lehnen, para procederem à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre e da Medalha  ao Sr. Antônio Gilberto Lehnen.

 

(Procede-se à entrega do Título e da Medalha.) (Palmas.)

 

Com a palavra o nosso homenageado, Sr. Antônio Gilberto Lehnen.

 

O SR. ANTÔNIO GILBERTO LEHNEN: Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, em exercício, neste ato, Ver. Dr. Cláudio Sebenelo, e saudando o ilustre Vereador saúdo a todas as pessoas e amigos aqui presentes.

Inicialmente, Ver. Cláudio Sebenelo, permita-me uma brincadeira. Vossa Excelência excitou-me um pouquinho falando de bondes e também daquelas poesias. Lembra de uma outra? “ Veja ilustre passageiro, belo tipo faceiro, que senta a seu lado, no entanto acredite, quase morreu de bronquite, salvou-o Rum creosotado”. Ou então uma outra que dizia assim: “Passe Jabu na careca e chame o cabeleireiro”.

Mas meus amigos, vim para Porto Alegre em 1950 para estudar, como muitos outros jovens taquarenses faziam na época. Havia concluído o ginásio em Taquara e precisava dar continuidade aos meus estudos.

Meu destino foi a Escola Técnica Parobé, onde um novo e promissor curso surgia: construção de pontes e de estradas.

Por ser de condição pobre - com mãe viúva, costureira e com três filhos para criar - consegui uma das 28 vagas do internato.

Mas meus amigos, a minha primeira noite em Porto Alegre foi inesquecível.

Eu não consegui dormir. Tudo porque o alojamento era próximo da estação da Carris, e o ruído dos bondes entrando e manobrando na garagem era infernal.

Na Páscoa voltei a Taquara, que continuava igual: pacata e silenciosa.

E aí, à noite, também não consegui dormir,  por quê? Porque faltava o barulho dos bondes!

Mal poderia imaginar que hoje eu estaria nesta tribuna, recebendo da Câmara de Vereadores, o Título de Cidadão de Porto Alegre, numa Sessão Solene, Presidida pelo Ver. Dr. Cláudio Sebenelo.

A indicação do meu nome partiu de uma iniciativa do Ver. João Carlos Nedel, a quem também conheço há muitos anos, convivendo com ele nas mais variadas situações.

Quero agradecer o seu esforço em descobrir em mim méritos que na verdade não são só meus.

De igual forma, estendo meus agradecimentos a todos os nobres  Edis  desta Casa, que, de forma unânime, acolheram a proposição do Vereador Nedel. Agradeço, também, em especial, neste momento, os pronunciamentos feitos pelos ilustres Vereadores Nedel, Beto Moesch e o Cláudio Sebenelo.

E acreditem, senhores, que a surpresa que me foi preparada realmente foi uma prova de fogo para testar meu coração. Ainda bem que ele resistiu ao impacto...

Cléris, vou pedir ajuda. (Palmas.)

 

(A Sra. Cléris Lehnen assume a tribuna a pedido do homenageado.)

 

A SRA. CLÉRIS LEHNEN: Reafirmo que este Título de Cidadão Honorário de Porto Alegre, que jamais sonhei em receber, mas que, com todo o empenho, procurarei  honrar, não é só meu. Ele pertence a um mundo de pessoas com as quais eu tive a ventura de partilhar minha vida. De cada uma, de alguma forma, recebi algo que me foi valioso e que me ajudou a construir minha existência.

Recebi ajuda, conselho, orientação, puxão de orelhas, amor, carinho, amizade, espiritualidade, lições de como fazer e também de como não fazer as coisas, e que me ajudaram a ser o que sou, com as limitações impostas por minhas deficiências. A todas essas pessoas sou e serei eternamente grato.

Aprendi com a minha querida mãe, Maria, a lealdade, o amor ao próximo e a amar a Deus. Ela foi a minha primeira catequista. Junto com meus irmãos Zélia e Egídio, formávamos uma família feliz, que se completava com os irmãos Juca, Teresinha, Valda, Sônia e Carmem, do primeiro matrimônio de meu pai.

Minha mãe, Maria, foi colocando em nossos corações a semente da fé e o entusiasmo pelo trabalho. Seu exemplo de vida me acompanhará sempre. Recebi de Deus, como também todas as pessoas recebem, uma incumbência importante: ajudar a construir o mundo, ou seja, Deus traçou um plano para mim, e a mim cabe descobri-lo e agir de acordo, tendo sempre a consciência de que se eu não fizer a parte que me cabe, ela ficará incompleta. E qual seria minha missão? Quando vim para a Escola Parobé, imaginava que minha vocação fosse a engenharia, mas com o correr do tempo observei que estava sendo chamado para a área da comunicação, talvez porque sempre gostei de estar com as pessoas, de ter apreço, me relacionar e de ser útil aos outros. E assim foi que, de estradas de brita, de asfalto e de pontes de madeira, ferro ou concreto, passei a ajudar a construir outros tipos de estradas ou de pontes. Não mais de terra e brita, mas estradas e pontes de relacionamento entre as pessoas, tanto pessoas físicas como jurídicas, profissional ou comunitariamente, tarefa que procuro cumprir com todo o meu esforço.

Os amigos que fiz e preservo são a minha maior riqueza; eles estão em todos os lugares por onde passei, nas rádios, nas agências de propaganda, na Associação Rio-Grandense de Imprensa, na ARP, no Sindicato dos Publicitários, na Pontifícia Universidade Católica, no Movimento de Cursilhos de Cristandade, na Justiça do Trabalho, na ADCE - Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas -, na Associação dos Juristas Católicos, na Associação de Médicos Católicos, entre outras.

Comecei vendendo espaços, logo estava com o microfone na mão; fui radialista, vi de perto momentos históricos de nosso País, seja no automobilismo ou em meu tempo de Agência Nacional; fui crescendo e me integrando à vida da Cidade. Na propaganda, pude participar de várias campanhas para lançamento de novos produtos, e por conseguinte, de novos benefícios. O que era a vida antes do ar-condicionado? Antes da TV a cores? Antes do freezer? Tenho a consciência de que muitas campanhas, por sua essência, trouxeram também benefícios diretos à comunidade, ou seja, para todos nós, como por exemplo, o “Prêmio Springer por um Rio Grande Maior”, que premiava os homens públicos por ações destacadas em favor do bem comum. E se eu estava lá, foi porque pessoas me convidaram, foi porque pessoas haviam iniciado uma causa. É uma verdade: para quem está disposto a servir sempre há convites, sempre existem tarefas.

Lembro, com carinho, da campanha realizada quando da vinda do Papa João Paulo II a Porto Alegre, também das campanhas para o Instituto do Câncer Infantil, para o Lar Santo Antônio dos Excepcionais, para o Orfanato Pão dos Pobres, as campanhas de Natal da ADCE, valorizando que, acima de tudo, Natal é Cristo, ou voltando ainda mais no tempo: a grande campanha “Imposto Pago, Progresso Assegurado”, oferecida ao Governo do Estado por iniciativa da ADVB.

Um marco importante nesse campo da comunicação, que é uma área que trabalha e mexe com situações novas, acredito tenha sido minha conduta e luta constante pela ética na propaganda, pela verdade, pelo respeito ao consumidor.

Trabalhei na Justiça do Trabalho como Juiz Classista. Ali, mais próximo das desavenças da vida, pude, iluminado por Deus, aproximar partes, promover acordos, ajudar a encaminhar um sentimento de justiça. Isso é muito nobre. Onde tantos só vêem problemas, a Justiça me trouxe também grandes amigos. A amizade é como um rio que se solta e fecunda a terra por onde passa.

As participações em encontros de reflexão, quer no Cursilho, quer na ADCE, também foram e são momentos de muito enriquecimento pessoal. Não existe nada mais sublime do que ajudar pessoas a encontrarem-se com Deus.

Taquara, minha cidade natal, foi o meu primeiro amor, o que a gente não esquece.

Porto Alegre é meu amor definitivo. Transplantei minhas raízes.

 

O SR. ANTÔNIO GILBERTO LEHNEN:  Aqui, em Porto Alegre, conheci a Cléris e casei com ela, a minha eterna namorada, meu anjo da guarda terreno. Somos casados há 40 anos. Nosso lar foi abençoado por três filhos, que nos deram genro, nora, netos e muitas alegrias. Graças ao apoio que sempre recebi da minha família, pude realizar minhas atividades com fortaleza e tranqüilidade.

 

A SRA. CLÉRIS LEHNEN: Decidi não declinar o nome de nenhum amigo, para não cometer a injustiça das omissões. Mas não posso omitir quatro nomes, também por uma questão de justiça: o do jamais esquecido publicitário Ernani Behs, também taquarense, meu irmão por afinidade, a quem tanto devo; e dos médicos Fernando Antonio Lucchese, Roberto Mayer e Paulo Ernesto Leães. Graças a sua competência profissional e às suas equipes, fui submetido a um transplante cardíaco e nasci de novo.

E de quem era este coração que hoje bate em meu peito? De um anônimo doador. Não sei de quem foi. Mas Deus sabe quem é ele e conhece a fundo a sua família. Peço sempre que derrame Suas bênçãos na alma do que partiu e engrandeça a vida dos seus familiares, que autorizaram o transplante, e que esse exemplo frutifique. Hoje, em lista de espera, muitas pessoas aguardam a sua vez de renascer. Para tanto, dependem de doadores. Por isso, sempre que posso, lembro o tema da campanha, que tem caráter permanente: “Doar é um gesto de amor à vida”.

Como diz em Eclesiastes, 3:

“Todas as coisas têm o seu tempo e todas elas passam de baixo do céu.

Há tempo de nascer, há tempo de morrer.

Há tempo de plantar, há tempo de colher.

Há tempo de chorar, há tempo de sorrir.

Há tempo de dançar, de dar abraços.

Há tempo de amor, de guerra e paz.”

E hoje, minhas irmãs e meus irmãos, é tempo de alegria, é tempo de agradecer aos amigos que me honram com as suas presenças, aos distintos Vereadores e a todos que manifestaram seu carinho das mais diversas formas. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelos oradores.)

 

(Procede-se à entrega das flores ao homenageado.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cláudio Sebenelo): Nós queríamos comunicar que recebemos inúmeras correspondências e gostaríamos, também, de citar a presença de João Firmo de Oliveira, Presidente do Sindicato das Agências de Propaganda do Rio Grande do Sul; do sempre Vereador Luiz Vicente Dutra, que receberá o Título de Cidadão Honorário de Porto Alegre na próxima quinta-feira, numa feliz proposição do Ver. Beto Moesch. Citamos, também, as correspondências recebidas do Sr. Secretário do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, cumprimentando o nosso homenageado; do Deputado Artur Bachini, mandando felicitações; do Sr. Secretário Estadual da Agricultura e Abastecimento, Dr. Odacir Klein; e de Carla e Luiz Antônio Rech ao “prezado tio Gilberto”, parabenizando-o.

Essas correspondências eu quero passar às mãos do nosso homenageado e, depois, nos aproximando do fim de uma Sessão inesquecível para nós aqui da Câmara, pela emoção e pela postura invulgar durante a vida do nosso homenageado que, acima de tudo, tem uma nova vida depois de vencer a morte.

Eu quero dizer para vocês que encerro esta cerimônia convidando a todos os presentes a ouvir um dos hinos mais bonitos que nós temos que é o nosso Hino do Estado do Rio Grande do Sul.

 

(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.)

 

Agradecemos pela presença de todos e damos por encerrada a presente Sessão Solene.

 

(Encerra-se a Sessão às 20h36min.)

 

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